A poucos dias de completar três meses de vida, a Xbox Live brasileira seduz os proprietários do console com preços atraentes, tanto para a assinatura quanto para os Jogos Sob Demanda e títulos Arcade, dentre outros benefícios. Por outro lado, o serviço ainda oferece um acervo bastante limitado, se comparado ao da versão norte-americana, e se debate com a velocidade das atualizações.
O UOL Jogos conversou com Guilherme Camargo, gerente da divisão Xbox no Brasil, para fazer um balanço sobre a Live brasileira até aqui. O executivo listou a demora no processo de classificação etária e o desconhecimento de alguns dos third-parties quanto a certos trâmites locais como os principais "gargalos" na velocidade de expansão do acervo.
Por outro lado, Guilherme comemora o fato de que, desde o lançamento da Live nacional, muitos publishers estão conseguindo quantificar, na prática, o potencial do mercado brasileiro: "Sinto que 2011 será um ano de consolidação para esta indústria crescente", diz.
O executivo ainda falou sobre o lançamento do Kinect por estas bandas, além da possibilidade de trazer "Age of Empires: Online" para o país. Leia:
Por que os jogos publicados na Xbox Live americana demoram a chegar na brasileira?
Guilherme Camargo: Todo jogo que vai para a Xbox Live tem que passar antes pelo processo de classificação etária do Ministério da Justiça, que pode demorar entre um e 40 dias, em média. Além disso, há casos que não dependem apenas da Microsoft, como quando há third-parties envolvidos. Por último, "subir o jogo" não é somente apertar um botão: efetuamos vários testes antes, pois à vezes pode acontecer um problema no Brasil que não ocorreu na Colômbia, por exemplo.
Este processo pode ser melhorado? É possível pensar em lançamentos simultâneos para o futuro?
Guilherme: Lançamentos simultâneos deverão acontecer nos próximos meses. Para títulos AAA, dentro de Arcade ou de algum outro conteúdo, vamos trabalhar melhor esta questão. A Xbox Live está mostrando, na prática, todo o potencial do Brasil. Não podemos falar em números, mas posso afirmar que dentre os nove países onde a rede foi lançada recentemente, o Brasil é o número um em termos de assinatura e tudo mais.
Quer dizer que o lançamento da Xbox Live no Brasil tem contribuído para a imagem do país junto aos publishers?
Guilherme: Sim. Para os publishers que olhavam o Brasil com interesse, o lançamento da Xbox Live tornou mais fácil visualizar e quantificar este potencial. Estamos fazendo um trabalho de bandeirante para ensinar o publisher que não possui representante oficial no Brasil a trabalhar o nosso mercado e conhecer a legislação local. Sinto que 2011 será um ano de consolidação para esta indústria crescente.
O acervo da Xbox Live nacional ainda está muito aquém da norte-americana. Quando a Microsoft Brasil planeja "equalizar" este jogo?
Guilherme: Teremos algumas ondas de vários jogos sendo adicionados, desde Live Arcade até Jogos Sob Demanda, a partir do momento que tivermos um pouco mais de quilometragem. Digamos que nos próximos seis meses haverá um pouquinho mais de gente trabalhando junto com o Ministério da Justiça para conseguir a classificação etária mais rapidamente.
Por que a Microsoft não divulga um cronograma de lançamentos da Live brasileira?
Guilherme: Dependendo do jogo, até para não perdermos o timing em relação ao resto do mundo, preferimos liberar a publicação na Live e deixar que a própria comunidade faça este trabalho de divulgação, o que tem ajudado bastante. Na verdade, muitas vezes a comunidade é mais rápida que a própria Microsoft: na noite anterior ao dia do lançamento do Facebook e do Twitter [ocorrido no dia 26/01], durante nossos testes, já havia usuários que notaram a movimentação e começaram a usar os serviços.
Esta divulgação, no caso de uma thirdy-party, não depende apenas da Microsoft: nestes casos, a empresa em questão deve cuidar disso. Mas ainda precisamos acertar um pouco melhor este processo.
Não caberia um "Major Nelson" brasileiro?
Guilherme: Acho até que já temos alguns "Major Nelsons" dentro de certas comunidades. Pela quantidade de informação que ele recebe e divulga, já virou quase uma instituição. E nem tudo o que ele fala se aplica ao Brasil. Não imagino que teremos um Major Nelson oficial no Brasil, mas acredito que o próprio Major Nelson pode falar mais do Brasil, assumir esse lado.
Qual será o principal foco de esforços em torno da Xbox Live nos próximos meses?
Guilherme: Neste primeiro ano de Xbox Live o foco serão os jogos. Estamos preocupados com o acervo e com trazer cada vez mais third-parties pare o serviço. O suporte ao Facebook e Twitter veio porque, hoje, jogos e mídias sociais andam juntos. Mas quanto ao Netflix ou outros serviços, por exemplo, por enquanto não teremos.
Foi difícil achar um Kinect para comprar na época do lançamento, em novembro. O que houve?
Guilherme: Para nós, o lançamento foi um sucesso. O que houve foi que o preço no Brasil, de R$ 599, ficou competitivo: as pessoas esperavam um valor mais caro. No lançamento americano, o Kinect esgotou. Ou seja, quem estava viajando não conseguiu comprar o acessório lá - nem os "compradores paralelos" conseguiram. Logo, a demanda do Brasil aumentou exponencialmente.
Ocorre que a oferta não supriu a demanda, o que, na verdade, foi uma tendência mundial. O Brasil talvez tenha sentido mais porque, no mercado paralelo, quem trouxe o Kinect vendia por R$ 799. Porém, em fevereiro, passados o Natal e o lançamento, a situação deve ser normalizada.
Há planos de lançar "Age of Empires: Online" no Brasil:
Guilherme: Temos planos, sim. Está em nosso cronograma, mas ainda não temos uma data para fornecer. (fonte: Uol Jogos)
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