sexta-feira, 6 de junho de 2008

Condemned 2: Bloodshot - Terror e suspense na tela

Quando o Xbox 360 foi lançado, no final de 2005, poucos jogos realmente chamaram a atenção dos jogadores pela alta qualidade. Mas um, inédito e pouco conhecido, foi uma agradável surpresa: Condemned: criminal origins. Sua ambientação assustadora fazia as mãos dos gamers tremerem de medo em muitos momentos. Na sua seqüência, Condemned 2: Bloodshot, a situação se repete, mas de maneira ainda mais aterrorizante. Testado para Xbox 360 e também disponível para Playstation 3, o game é daqueles que você joga para assustar a namorada e o irmão mais novo e mostrar que é mesmo corajoso. Brincadeira à parte, a sensação de jogar Bloodshot é a de estar dentro de um filme de suspense e terror.

Para explicar a história de Condemned 2, vale voltar um pouco à trama do primeiro jogo da franquia. Na pele de Ethan Thomas, um agente da Serial Crimes Unit (SCU), divisão especial do FBI, o jogador era encarregado de investigar uma série de assassinatos brutais que aconteceram em uma área obscura e condenada da cidade Metro City. O mais interessante era que este local era habitado principalmente por pessoas estranhas e mendigos, que passaram a ser influenciados por um fenômeno que os tornava imprevisíveis e, principalmente, violentos.


Ethan teve a ajuda do misterioso Malcolm Vanhorn para caçar e encontrar o assassino, conhecido como Serial Killer X (SKX) que, na verdade, era Leland Vanhorn, sobrinho de Malcolm. Porém, muitas perguntas e dúvidas não foram esclarecidas. Além disso, o estado mental de Ethan, após investigar tantos corpos e situações estranhas, ficou bastante perturbado.


Condemned 2:
Bloodshot começa 11 meses depois, com o protagonista desempregado e entregue à sarjeta, sofrendo de intensas e amedrontadoras alucinações. Depois de um início esquisito e um pouco claustrofóbico, Ethan é chamado novamente pela SCU para trabalhar em um caso, o assassinato de Malcolm Vanhorn. Aparentemente, o Serial Killer X está vivo ou alguém está se passando por ele. De volta ao trabalho, o agente deve descobrir quem está por trás do crime e de uma seita secreta chamada Oro Invictus (do latim, Voz Invencível), que tenta controlar a população da cidade utilizando equipamentos de lavagem cerebral. O roteiro é bom, mas deixa a desejar em alguns aspectos.

CSI: Metro City
Condemned 2 é um jogo de ação em primeira pessoa que se caracteriza por combates corpo- a- corpo, com o uso de punhos (socos), pés e armas "brancas", como canos de ferro, pedaços de madeira, alicates e até mesmo próteses de pernas e braços, que podem ser usadas até quebrar na (ou a) cabeça dos inimigos. Ethan também realiza seqüências de golpes (combos), além de poder executar os adversários de maneiras brutais, enfiando a cabeça deles dentro de TVs, por exemplo. O agente chega a encontrar armas de fogo, como escopetas, rifles e pistolas, mas elas sempre têm munição escassa. Para piorar a situação, o problema de alcoolismo do protagonista dificulta bastante a mira em muitos momentos.

Além das brigas, o jogador deve investigar as cenas dos crimes, com a possibilidade de analisar ferimentos, manchas, rastros de sangue, objetos suspeitos, entre outras coisas. Para isso, Ethan pode usar algumas ferramentas, como luz ultravioleta, detector de freqüências e uma câmera fotográfica para registrar e analisar as informações, podendo assim chegar à conclusões sobre os casos. Se tudo for feito de maneira correta, o jogador recebe alguns prêmios, como o aumento da resistência (barra de energia maior) e da eficiência nos combates.


As cenas de crimes são perturbadoras e aterrorizantes, com inimigos deformados, corpos mutilados, marcas que causam pavor e muito, mas muito sangue espalhado. Os cenários são escuros, sujos, detalhados e com efeitos de luz para criar um impressionante clima de suspense. A ambientação é tão bem feita que o jogador fica quase sempre tenso e com a sensação de estar dentro de um filme de terror.


O conjunto assustador fica ainda mais completo por causa do áudio. Os efeitos sonoros foram muito bem arquitetados, com gritos altos, ruídos esquisitos e sons guturais, que chegam a causar frio na espinha, especialmente se o console estiver ligado a um bom sistema de home theater. A dublagem dos personagens também foi bem trabalhada. Os pequenos problemas na física do jogo não chegam a comprometer.


Condemned 2: Bloodshot possui dois modos de jogo para um jogador. O principal é a campanha, no qual a história acontece. O outro é chamado de Bloodshot Fight Club, com missões mais simples e rápidas, que servem mais para treinar e conhecer vários aspectos do game, como as armas. Já o modo multiplayer permite que até oito pessoas joguem ao mesmo tempo em rede (system link) ou on-line. Existem apenas quatro maneiras de jogar. As duas mais conhecidas são a batalha todos contra todos (deathmatch solo) e a disputa em times (team deathmatch). No modo Crime Scenes, um grupo de jogadores (mendigos no caso) deve esconder duas "evidências" do time adversário, policiais da SCU, que precisam correr contra o tempo para encontrá-las e investigá-las, sempre com ajuda de ferramentas especiais. Um detalhe importante é que as "evidências" podem ser movidas durante as partidas, o que aumenta o desafio. No outro modo, chamado de Bum Rush, um time de agentes da SCU deve fazer o possível para ficar vivo o maior tempo possível, lutando contra ataques constantes dos mendigos.

Análise publicada nos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense e no Portal Uai.

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