quinta-feira, 19 de junho de 2008

Games e violência - Jogos mortais

Na vida das pessoas, muitos momentos ficam marcados para sempre. Quem não se lembra do primeiro beijo; da primeira namorada; do primeiro emprego; do primeiro carro. No mundo dos games a história não é muito diferente. Jogos como Pitfall, Pac Man, Sonic the Hedgehog, Super Mario Bros 3, Street Fighter II, Super Mario 64, Final Fantasy VII, Resident Evil, Metal Gear Solid, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Winning Eleven, Halo, e tantos outros, ficarão sempre registrados na memória de muita gente.

GTA IV é um marco no mundo dos games

GTA IV - Como na tela do cinema

Grand Theft Auto (GTA), especialmente por causa da sua terceira versão, entrou definitivamente para o rol dos grandes jogos que marcaram época. Em GTA III, lançado originalmente para Playstation 2 em 2001, o jogador passou a explorar um mundo 3D de forma jamais vista. Era possível fazer quase de tudo na cidade, como correr, dirigir, interagir com as pessoas na rua (ainda que de forma superficial), comer, beber, pilotar. E também coisas bem polêmicas, como assaltar, atirar e brigar.

Tentando, mais uma vez, revolucionar o mercado, a Rockstar investiu quatro anos e US$ 100 milhões na produção de GTA IV. Tempo e dinheiro similares aos que os grandes estúdios costumam gastar na produção de filmes arrasa-quarteirões. A espera e a quantia gasta valeram a pena. Grand Theft Auto IV vai muito além de “simples” game ou de uma nova edição de uma franquia de sucesso (leia a análise).

Desde o lançamento da franquia Grand Theft Auto em 1997, a série já vendeu mais de 70 milhões de cópias, apesar das polêmicas em torno de sua violência excessiva, do conteúdo adulto e dos maus exemplos dos protagonistas. Basta lembrar que, no game, o jogador assume o papel de um personagem que pode roubar carros e motos, atirar nas pessoas na rua, espancar velhinhas, se envolver com a máfia e o crime organizado, entre muitas outras atividades moralmente questionáveis e proibidas pelas leis. Por causa disso, GTA IV foi proibido na Austrália. Nos Estados Unidos, ele é recomendado para maiores de 17 anos. No Brasil, o Ministério da Justiça permitiu a venda, mas não indica o game para menores de 18 anos. Os motivos para isso estão na parte de trás da caixa: violência e sangue realistas, uso de drogas, álcool e de derivados do tabaco, e cenas de sexo.

Apesar de tudo isso, e, por causa de tudo isso, os números do GTA IV são reveladores. No final do primeiro mês de lançamento (abril), de acordo com a produtora Rockstar, 11 milhões de unidades já haviam sido enviadas às lojas e, deste número, mais de 8,5 milhões foram comercializadas. Já outro jogo tão violento quanto, o Counter Strike, teve destino menos nobre. De nada adiantaram as pistolas, escopetas, rifles e metralhadoras que compõem o arsenal de guerra dotítulo de tiro em primeira pessoa que ajudou a massificar os jogos em rede no início do século e revolucionar a popularização das lan houses. Desde outubro do ano passado, o aparato bélico do game está condenado a não aparecer mais nas prateleiras: as vendas do CS estão proibidas no Brasil, por determinação do juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais.

Hoje, o público das lans houses pode até torcer o nariz para o jogo (preferindo games mais atuais), mas a polêmica suscitada pela proibição da venda ainda provoca discussões acaloradas em fóruns de discussão e comunidades na internet. E claro, toda vez que um lançamento como o do GTA IV causa o burburinho usual, a questão volta à tona: os jogos virtuais violentos, afinal, influenciam o comportamento dos gamers? É o que discute esta edição do Informátic@, ouvindo todos os lados da questão e trazendo um ranking dos cinco jogos mais polêmicos dos últimos tempos.

GTA IV é um marco no mundo dos games
GTA IV - Como na tela do cinema

Matéria de capa do caderno de Informática do jornal Estado de Minas do dia 19/06/08 e também publicada no Portal Uai.

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