Como a versão II, Street Fighter IV tem tudo para ser um marco do entretenimento eletrônico
A chegada de Street Fighter IV ao mercado crava mais um marco na indústria de entretenimento eletrônico, assim como Street Fighter II fez em 1991. A nova versão seguiu o mesmo caminho de SFII: ela dominou primeiro o mercado de fliperamas para depois arrasar tanto no Xbox 360 quanto no Playstation 3. No dia 2 de junho será a vez de os jogadores de PC babarem com SFIV. O mais interessante foi que a Capcom conseguiu recriar uma sensação há muito tempo esquecida, desde a época de SFII.
Na história de SFIV, cada personagem tem um motivo pessoal para entrar e vencer o novo campeonato mundial de lutas, não importando se a razão é meio besta, emotiva ou vingativa. Ao começar o primeiro combate, o jogador novato para a série vai se divertir bastante. Já o veterano que jogou Street Fighter II até ter calos nos dedos ou até o joystick parar de funcionar, além da diversão terá uma mistura de sentimentos. Primeiro, por causa dos controles e da mecânica do combate. O clássico esquema de seis botões, sendo três para soco (fraco, médio e forte) e três para chute (fraco, médio e forte) permanece o mesmo. Mas as possibilidades aumentaram muito.
Se o jogador casual quiser, pode chegar ao fim do game usando apenas socos, chutes, voadoras, hadoukens e afins. Mas pode se aprofundar e passar a usar o Focus Attack, uma das novidades do título. Mesmo não sendo vital, esse recurso permite ao player contra-atacar ou cancelar golpes especiais, derrubar e tontear o adversário. Também é possível usar os Ex Specials (movimentos especiais que causam dano maior), os Super Combos (supersequência de golpes) e os Ultra Combos (ultrassequência de golpes). Eles também não são essenciais, mas saber usá-los torna-se um grande diferencial para vencer um oponente sem escrúpulos.
Ainda sobre os controles, o Dualshock 3 do Playstation 3 dá um banho no quesito precisão se comparado ao joystick do Xbox 360. Chega a ser irritante o número de vezes que o jogador erra um golpe por culpa do direcional tanto o digital quanto o analógico, no console da Microsoft. O ideal mesmo é conseguir um controle do tipo arcade, com duas linhas de três botões e com o direcional clássico dos fliperamas. O controle especial lançado pela Capcom também funciona melhor.
Depois da sensação nostálgica dos controles, o jogador agora vai sentir algo novo: um choque causado pelo visual soberbo de Street Fighter IV. O jogo mistura cenários bastante detalhados e personagens em três dimensões com a já tradicional luta em duas dimensões - tudo em alta definição, com excelente efeitos de luz. A combinação ficou fantástica. Mesmo com aspectos de “bombados”, os lutadores têm animações que chamam a atenção. Elas são tão bem feitas que podemos reconhecer as expressões faciais dos personagens, sendo possível identificar com clareza feições de dor, alegria e raiva, por exemplo. Apenas as sequências em anime entre as lutas, que servem para ligar os pontos da história, têm gosto duvidoso.
A parte sonora também foi bem feita. O destaque vai para os efeitos sonoros dos cenários e, principalmente, dos personagens. Ele gritam os nomes dos golpes realizados, conversam antes e depois da luta, durante as cenas de anime e até mesmo no meio dos combates eles falam algumas coisas. Uma opção interessante que pode ser liberada pelo jogador é escolher qual língua cada lutador vai falar: inglês ou japonês. Embora sejam apenas dois idiomas, é sempre divertido ter a possibilidade de escolher. Já a trilha sonora está apenas na média.
Como nos velhos tempos
Os clássicos lutadores da série estão presentes, como Ryu (que ilustra essa página), Ken, Chun-Li, Guile, Zangief, Dhalsim, E. Honda, Blanka, Balrog, Vega, Sagat e M. Bison. O jogador pode também destravar outras figuras já conhecidas, como Sakura (zerar com o Ryu) e Rose (zerar com o M. Bison). Também existem quatro novatos: o lutador de luta livre El Fuerte; a agente secreta Crimson Viper; o gigante acrobático Rufus, apelidado de Almôndega pelo Ken; e o homem sem passado, Abel.
Outro personagem inédito é o “chefão” final do game, Seth. Ele mistura as principais habilidades de todos os outros lutadores. Porém, parece fora do contexto para o jogo e para a série. Além disso, Seth é muito “apelão”, sendo necessário, em muitos momentos, ter sorte para vencê-lo - o que é frustrante.
Em contrapartida, o que continua muito desafiador é o modo multiplayer, seja off-line, com um amigo ao seu lado, seja on-line, com adversários espalhados pelo mundo. Mesmo pouco variado, ele garante centenas de horas de diversão.
Comparando as versões do Playstation 3 e do Xbox 360, as lutas realizadas no console da Microsoft foram um pouco mais estáveis, com menos lag e muito mais oponentes disponíveis para o combate. Quem quiser jogar sozinho pode se aventurar nos modos Arcade, Time Attack, Survival e Traning. Não importa o nível, novatos e veteranos vão se divertir bastante com Street Fighter IV.
Xbox 360
Gráficos - 5
Jogabilidade - 3
Som - 5
Entretenimento - 5
Playstation 3
Gráficos - 5
Jogabilidade - 4
Som - 5
Entretenimento - 5
Recomendado para maiores de 13 anos. Jogo, caixa e manual em inglês.
Preços
Edição comum: Xbox 360 e Playstation 3: R$ 269,90
Edição de colecionador: Xbox 360 e Playstation 3: R$ 399
Análise e o restante da matéria publicados nos jornais Diário de Pernambuco, Correio Braziliense e Estado de Minas, além do Portal Uai.
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