terça-feira, 7 de junho de 2011

Na busca pela popularidade, Kinect recorre aos 'gamers hardcore', explicam produtores da Microsoft

Se uma palavra pudesse resumir boa parte da conferência pré-E3 da Microsoft, realizada nesta última segunda-feira (6) seria Kinect. A câmera com sensor de movimentos, que há pouco tempo impressionou por dispensar controles tradicionais com o jargão “You are the controller” (você é o controle), mostrou-se agora capaz de trabalhar em conjunto com joysticks convencionais em uma nítida tentativa de atrair até mesmo jogadores que a enxergavam como um instrumento para o público casual.

Títulos aguardados, como Mass Effect 3, Ghost Recon: Future Soldier, Forza Motorsport 4 e Fable: The Journey, populares entre os jogadores experientes, apresentarão suporte ao Kinect. Contudo, entre todas as discussões sobre o futuro do aparelho, a pergunta que mais perturba jornalistas – e, claro, os gamers - é se o Kinect conseguirá romper a barreira que divide jogadores casuais dos veteranos. Será possível um fã de Gears of War considerar a câmera como um instrumento tão importante quanto o controle normal?
Desenvolvedores discutem o futuro do Kinect
Um curioso evento apelidado de “Chá da Tarde”, realizado poucas horas depois da conferência da Microsoft, reuniu algumas das principais figuras da empresa. Entre eles, Kudo Tsunoda (diretor criativo do Xbox 360) e Cliff Bleszinski (diretor de design da Epic Games) estiveram presentes para discutir o futuro do Kinect e responderam a perguntas de jornalistas presentes.

Para Kudo Tsunoda, as novidades apresentadas durante a conferência da Microsoft, como a inédita detecção de movimentos dos dedos e da cabeça e o scan de objetos reais, provam como o Kinect ainda está no início de seu desenvolvimento e como as produtoras precisam de mais tempo para aproveitar ao máximo as capacidades do aparelho. E para aproximar ainda mais os jogadores dos desenvolvedores, a Microsoft lançará Kinect Labs, jogo que reúne pequenas e divertidas tarefas que dão ao usuário liberdade total para criar fotos com o uso da câmera. Dessa maneira será possível conhecer melhor os jogadores e então aprofundar as possibilidades do Kinect.

Tsunoda afirmou ainda que detectar objetos em três dimensões, considerando a profundidade dos objetos, é uma tarefa fácil para o Kinect , mas ainda falta tempo para os desenvolvedores criarem códigos mais elaborados para aproveitar isso. A afirmação deixou claro que os maiores obstáculos da câmera de movimentos estão localizados nos próprios softwares, logo o hardware não deve sofrer alterações para fornecer novas experiências aos jogadores.

Quando perguntado sobre a razão de Gears of War 3 não utilizar o Kinect, Cliff Bleszinski explicou que bons jogos são preparados em um grande período de tempo e que não havia interesse ou conhecimento suficientes para integrar o jogo ao acessório. Cliff atacou propositalmente a Sony dizendo que não gosta do PlayStation Move e o uso do mesmo em títulos já concluídos.

Outro grande obstáculo para o Kinect debatido durante o evento é a dificuldade de detectar os movimentos de perna dos jogadores. Para contornar esse problema, a saída foi criar jogos com o estilo “trilhado”, no qual os personagens se movem automaticamente, assim como ocorre em Fable: The Journey. “‘Rail games’ (jogos sobre trilhos) já foram utilizados em vários outros gêneros de games e são uma alternativa interesante para nós no momento”, concluiu Tsunoda.

Futuro incerto
Apenas criar novos títulos para experimentar possibilidades da câmera parece menos arriscado do que usar o nome de jogos consagrados em conjunto com a nova tecnologia para atrair um público mais conservador. É preciso então dar ao jogador inúmeras possibilidades de controle, sem necessariamente obrigá-lo a mudar totalmente a forma de jogar.

Mas o ponto central de toda essa enxurrada de títulos para o Kinect está na estratégia da Microsoft de tornar até mesmo jogos de third parties em experiências únicas para o Xbox 360, atraindo consumidores de outros consoles e novos adeptos dos videogames. Esse grande passo da empresa norte-americana pode ser a solução para combater os novos consoles das concorrentes Sony e Nintendo, mas será uma tarefa árdua e cheia de obstáculos. (fonte: Uol Jogos)

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